O famoso dramaturgo grego Sófocles, escritor das belas tragédias, disse certa vez que “a mais bela virtude consiste em ser útil ao próximo”. De fato, a generosidade é uma virtude humana tão marcante que nos comove, especialmente quando a vemos aplicada a situações específicas de perdas. Em Atos 20.35, Paulo está ensinando aos pastores de Éfeso a serem úteis às pessoas, especialmente àqueles que sofrem. Alguns aspectos são bem relevantes aqui. Observemos:
1. Quem são os necessitados? Paulo diz: os fracos. Naquele contexto de Éfeso, os necessitados eram os marginalizados, os pobres, os doentes, os destituídos de qualquer condição de se sustentaram bem como de sustentarem as suas famílias. Estas definições são importantes, porque Paulo está nos ensinando também a distinguirmos quais são os que, de fato, são fracos. Ele está excluindo daqui aqueles que podem ter o seu próprio sustento, mas não o fazem por negligência ou preguiça. Os fracos são, necessariamente, aqueles que realmente não podem exercer nenhum trabalho para se sustentarem, quer por doença grave ou privações físicas. Os pastores de Éfeso são chamados a trabalhar duro para cuidar dessas pessoas.
2. Os crentes devem trabalhar diligentemente para sustentar os necessitados. Paulo dá o seu próprio exemplo. Ele havia passado fortíssimas privações e sofrimentos diversos em prol dessas pessoas. Nos versículos 33 e 34, ele nos diz que havia empregado parte de seu ministério ao cuidado duro dessas pessoas, trabalhando por conta própria para não depender de ninguém outro e para ter condições de sustentar àqueles que precisam de ajuda. Paulo não estava ali para aproveitar daquelas pessoas, para usurpar aquelas pessoas, para tirar delas o único que tinham. Ao contrário, ele estava ali para dar-lhes o que ele havia conseguido com trabalho. Neste sentido, em todos os aspectos (física e espiritualmente), Paulo socorria aos necessitados. Ele fundamenta o seu argumento usando o seu próprio exemplo e o exemplo de Jesus Cristo. As palavras que Paulo atribui a Jesus Cristo não aparecem nas narrativas do evangelho, mas não há dúvidas de que este havia de fato sido o ensino de Cristo. Ele fez isso na prática, socorrendo aos necessitados à sua volta. Lembremo-nos de alguns exemplos... E fez isso em si mesmo, dando a sua própria vida para salvar o seu povo do pecado. O sofrimento de Cristo foi a maior doação e a maior manifestação de graça e generosidade já vista no mundo. Ele se deu por aqueles que não mereciam, por aqueles que de fato eram necessitados. Veio para os doentes e os pecadores. Comeu com eles; relacionou-se com eles. Deu a sua própria vida.
Do mesmo modo, devemos fazer assim. Dar o que temos àqueles que necessitam. Talvez sejam os nossos recursos financeiros ou os nossos recursos espirituais. Assim como em Éfeso, hoje temos pessoas que passam fome, que sofrem depressão, que se entregam aos mais profundos tipos de angústias. Devemos trabalhar duro – mental e fisicamente – para nos relacionarmos com as pessoas, cuidando delas, mostrando o exemplo maior: Jesus Cristo que deu a própria vida em nosso favor.
[Resumo do sermão pregado na ocasião do exame de qualificação para a Capelania Evangélica, na Igreja Presbiteriana Água Viva, em 26.05.2007].
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