Auto-estima ou Alter-estima?

O ser humano é demasiadamente inclinado à busca de status social. O alvo é sentir-se bem, não importando se o que se vai fazer é certo ou errado. A consciência ética e a referência do outro não interessam; o importante é ser feliz. A questão que define a decisão é o meu ego, minha auto-estima. Entretanto, a Bíblia nos adverte severamente quanto a isso. Deus manda que consideremos os outros superiores a nós mesmos. Deus nos manda a um estado abaixo de nós mesmos e transforma a auto-estima numa alter-estima – ou estima do outro. O Senhor deseja que reconheçamos a posição de superioridade de nosso próximo em relação a nós mesmos e o tenhamos como referência prática de nossas atitudes. O outro é importante na minha decisão. Paulo disse: “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.3-4). Paulo nos desafia claramente naquilo que constitui o cerne do ser humano: negar a nós mesmos e desconsiderar nossos desejos por amor ao outro, se necessário. Ensina-nos a amar o outro em vez de desejar ser amados. David Powlinson afirmou que esse desejo que temos de ser amados em vez de amarmos aos outros é idolatria: “Falhamos em amar as pessoas porque somos idólatras que não amam a Deus nem ao próximo. Criamos e experimentamos afastamento de Deus e dos outros. O amor a Deus ensina-nos arrependimento da ‘necessidade de ser amado’”. Que Deus nos livre de auto-estimarmos em detrimento do nosso próximo. Que amemos uns aos outros, não de palavras, mas nas decisões práticas do dia-a-dia, substituindo nossos desejos pelos desejos do outro, num exercício de liberdade cristã.

Comentários

Unknown disse…
Prezado Wendell, oportuna e pertinente o seu post, a nossa cultura nunca foi tão egocêntrica, que Deus nos ajude a continuarmos fiéis a sua palavra.

Abs.
Caro Edu.

Que bom recebê-lo no meu blog. Obrigado pelo comentário pertinente.

Abraços!
Wendell.
Primo,

Muito oportuno seu post. Apreciei bastante. Lembrei da pirâmide das escalas das necessidades de Maslow (rs).

Você sitou Powlinson, quando este afirmou que esse desejo que temos de ser amados em vez de amarmos aos outros é idolatria: “Falhamos em amar as pessoas porque somos idólatras que não amam a Deus nem ao próximo. Criamos e experimentamos afastamento de Deus e dos outros. O amor a Deus ensina-nos arrependimento da ‘necessidade de ser amado’”.

Voltando a Maslow, ele classificava as necessidades em:
1. Necessidades fisiológicas;
2. Necessidades de segurança;
3. Necessidades sociais;
4. Necessidades de "status" ou de estima;
5. Necessidade de auto-realização

O que chama a atenção é que é que, segundo a conceituação de Maslow, é na necessidade de auto-realização que se situa a questão do ser humano buscar conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus, ou seja, há uma completa inversão de valores!

Nossa primeira necessidade é Deus! E Ele mesmo nos ensina, como bem disse o Powlinson "O amor a Deus ensina-nos arrependimento da ‘necessidade de ser amado”.
Caro Primo.

Obrigado por suas considerações e enriquecimento ao meu texto, bastante simples.

Que Deus nos ajude nesta batalha.

Abração!
Wendell.
Prezado Wendell
Presumo que lhe devo sinceros agradecimentos. Eis que estive lendo seus textos e aprendido muito. Totalmente absorta em sua belíssima escrita. Parabéns.