De professor para professor - a educação que transforma realidades


A educação provoca sentimentos ambíguos. Por um lado, existe a grande expectativa, por parte de quem ensina, de transformar realidades individuais; por outro, há as realidades gerais e comuns de todos os envolvidos no processo que são impostas aos educadores. Nem sempre esses sentimentos duplos se casam com harmonia. Ao contrário, e na maioria dos casos, existe uma tensão latente entre um e outro. Talvez a solução não seja, necessariamente, resolver ambos os problemas, mas buscar minimizar as distâncias entre tais sentimentos. Um educador deve ter sua expectativa de transformação alinhada com as realidades com as quais convive. Se um educador lida com educandos de regiões carentes, por exemplo, não pode jamais fechar os olhos para tais necessidades. É possível que o nível de transformação esperada pelos educandos seja, exatamente, a possibilidade de este educador lhes suprir as carências. Nunca será possível ensinar algo a alguém que não lhe faça sentido. E, quando escrevo “sentido”, apelo mesmo para as sensações do indivíduo. Sabe-se que o aprendizado não se dá apenas pelo cognitivo, pelo racionalizado, mas, também, pelas sensações. É preciso ver, ouvir, falar e sentir. Talvez, mais importante do que aprender a escrita de partituras em um primeiro momento, seja ouvir a música que está sendo tocada. A escrita de partituras virá depois, com maior prazer. Decifrar as realidades gerais e comuns é um bom começo para combinar a expectativa, por parte de quem ensina, de transformar realidades individuais. A educação que transforma realidades é a educação que interage, não a que reage. É aquela educação que propõe saídas para as diversas desigualdades e injustiças vivenciadas pelos educandos, não a que forma. A proposta de levantar perguntas sobre os problemas é parte do plano filosófico da educação, mas o educador que quer transformar não pode se contentar com perguntas apenas. Ele deve ser agente de mudança: mudança de conceitos, de expectativas e de realidades. Forte abraço!


Comentários

Danielle Cristine disse…
Creio que por tantas expectativas não supridas de ambos os lados que encontramos professores e alunos frustrados. Dois mundos totalmente distantes. Cabe a nós como professore encontrar um meio de criar esta ponte, e alcançar o aluno, pois é praticamente impossível que isto parta dele, uma vez que a maioria dos estudantes nem mesmo compreende porque é que não se interessa ou porque não aprende.
O texto reflete a verdadeira realidade da maioria dos professores atualmente. Creio que tem sido difícil até para os profissionais da educação de maneira geral, haja vista que alguns vão para a sala de aula desmotivados sem acreditar de verdade que a educação tem jeito. Enfrentamos salas de aula com 42 alunos oriundos de famílias desestruturadas pessoas que não sonham, mas que tem medo do futuro. Muitos não sabem de onde vem nem para onde querem ir. Nos professores devemos estar firmes buscando meios de ensiná-los a sonhar e acreditar que a educação tem jeito sim.
O texto reflete a verdadeira realidade da maioria dos professores atualmente. Creio que tem sido difícil até para os profissionais da educação de maneira geral, haja vista que alguns vão para a sala de aula desmotivados sem acreditar de verdade que a educação tem jeito. Enfrentamos salas de aula com 42 alunos oriundos de famílias desestruturadas pessoas que não sonham, mas que tem medo do futuro. Muitos não sabem de onde vem nem para onde querem ir. Nos professores devemos estar firmes buscando meios de ensiná-los a sonhar e acreditar que a educação tem jeito sim.
Anônimo disse…
Não posso fechar os olhos diante de duras realidades ,nós enquanto educadores temos em nossas mãos a missão de levar a esperança para aqueles que não tem, cabe á nós sermos agentes transformadores!