O amor e a fragilidade humana

O homem é frágil. A Bíblia afirma que o homem é tão frágil quanto a erva do campo, que existe num dia e no outro, murcha (Sl 103.15). Os nossos pensamentos e planos são como uma neblina que aparece, mas logo se vai (Tg 4.14). A vida humana quando saudável chega a oitenta anos com cansaço e dependências físicas dos outros (Sl 90.10). Não há dúvidas: somos frágeis. Toda nossa autojustiça é, portanto, arrogância. Toda nossa autossuficiência é inútil. Todo o conhecimento, toda a ciência, todas as experiências, pensadas a partir de nós mesmos, como se fossem as coisas mais importantes, são passageiras e sem valores duradouros. E se é assim, devemos cultivar os verdadeiros valores, aqueles que duram para sempre. O apóstolo Pedro nos diz que o amor sincero pelos irmãos, o amor não fingido, mas profundo, cultivado a partir das experiências marcantes de uma vida cristã autêntica e autenticada pela Palavra de Deus, deve ser o alvo principal do crente e uma consequência necessária de uma vida transformada. Em outras palavras, o crente genuíno ama profunda e verdadeiramente. Assim, Pedro se expressa: “Agora que vocês se purificaram ao obedecer à verdade, amem-se profundamente de coração” (1Pe 1.22). Pedro está pensando na possibilidade de que alguns crentes tenham apenas simpatia uns pelos outros, mas não são amorosos de fato; são simpáticos, mas não se amam profundamente. Por isso, sua ênfase é que eles “se amem profundamente, de coração”. Ele repete o mandamento do próprio Jesus, na noite em que foi traído (Jo 13.34). A as palavras de Jesus são ainda mais contundentes, ao afirmar: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). Assim, não é possível um cristianismo autêntico, marcante, relevante para a sociedade ímpia se não houver amor. Um amor que se desprende de seus próprios interesses, que não possui inveja, que não trama contra o outro, que não se alegra com a injustiça, que não planeja o mal. O amor considera nossa própria fragilidade e nossa dependência do outro. Aprendamos, pois, a amar uns aos outros, com toda a nossa alma. Não apenas de boca para fora, mas de verdade, com os corações dispostos a perdoar e a perceber no outro nossa complementaridade.

Comentários

Texto simplesmente belíssimo. De fato, se temos que caminhar nos passos de jesus o amor deveria ser o primeiro passo, tendo em vista que "Deus não tem amor Ele é o amor"
Wendell verdadeiramente você sabe como escrever e tornar o seu discurso tão suntuoso nos fascinando em cada parágrafo.
Genuínas congratulações.